Cerveja artesanal pega carona na fama da grife Prada
Fundada há um ano por Marcos Fray e pelo mestre cervejeiro Celso
Hofling, dois ex-funcionários da fábrica da Skol em Rio Claro, interior
paulista, a cervejaria artesanal Prada quer se se aproximar dos públicos A e B
que consomem esse produto com regularidade nas capitais paulista e fluminense.
O mestre cervejeiro Celso Hofling trocou a Skol pela Prada
A boa receptividade na região de Rio Claro os estimulou a ir
além. "Queremos vender a cerveja Pilsen, o tipo mais consumido no país, a
versão escura e os três tipo de chope em supermercados e bares e restaurantes
em São Paulo e no Rio de Janeiro", explica explica o responsável pelo
marketing da Cervejaria Prada Fábio Fray.
Apesar da associação à grife, o nome da marca é o diminutivo dos
campos de cevada, chamados de pradaria. A produção artesanal segue a lei de
pureza alemã, datada de 1516, e que preconiza apenas água, lúpulo e malte como
ingredientes da bebida. Por isso, dependendo da composição, o custo para
produzir artesanalmente pode ser até três vezes maior do que a versão
tradicional, em que milho e arroz entram na mistura.
As cervejas Pilsen e a Black têm embalagens de 355 ml e de 600
ml. Os preços variam entre R$ 8, no varejo, e R$ 15, em bares e restaurantes.
São três tipos de chope: Pilsen, Claro e Black, vendidos em duas
embalagens. O barril de 5 litros Keg, que conta com um sistema de pressurização
para a bebida não entrar em contato com o ar, custa R$ 60. Já no barril
descartável (20 a 30 litros) o valor do litro é R$ 9.
Em pouco menos de mil metros quadrados, a Prada produz
mensalmente 40 mil litros de cerveja e chope. Foram investidos R$ 5 milhões na
fábrica, que possui seis tanques com capacidade para 3,5 mil litros cada e que
fazem todo o processo de fermentação e de maturação. Normalmente são usados
tanques diferentes para as duas etapas de produção.
O chope leva 15 dias para ficar pronto. A cerveja precisa de um
dia a mais para ser pasteurizada. Versões da alemã Weiss (de malte de trigo) e
da inglesa Stout (de malte torrado) serão produzidas em breve.
A Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) estima existir 200
microcervejarias, concentradas nas regiões sul e sudeste do Brasil. Segundo a
entidade, esse segmento responde por 0,15% do setor cervejeiro nacional, que em
2012 alcançou 13,7 bilhões de litros de cerveja, e deve chegar a 2% da produção
total na próxima década. Melhoria de renda da população nos últimos anos e a
satisfação sensorial oferecida pelas cervejas artesanais são apontados como os
motivos do incremento das vendas desses produtos.
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